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Marcha trotada: Observar o sincronismo perfeito
na movimentação dos bípedes diagonais. Os tempos de
suspensão, necessários para as trocas dos apoios bipedais
diagonais, são mínimos. Ao contrário, no trote
convencional, estes tempos de suspensão dos quatro cascos
no ar são bem definidos. nas marchas trotadas mais
cômodas, os tempos de suspensão são substituídos por
tempos de apoios monopedais ou quadrupedais.
Trote. Nota-se um sincronismo perfeito no deslocamento dos bípedes
diagonais, com momentos de suspensão dos quatro cascos,
facilmente identificados a olho nú. Simultaneamente aos
impactos dos cascos no solo, o cavaleiro sente um forte
atrito vertical. O trote é um andamento perfeitamente
simétrico na mecânica de locomoção.
Marcha batida. Existe um maior predomínio nos tempos de
movimentação dos bípedes diagonais (elevação, avanço e
apoio) em relação aos tempos de movimentação dos bípedes
laterais, a dissociação entre o anterior esquerdo, na
metade da fase de avanço, e o posterior direito, ao final
da fase de elevação. Quanto mais cômoda for a marcha
batida, maior tende a ser a dissociação entre os membros
diagonais, resguardando-se condições favoráveis de
aprumos, treinamento e equitação.
Marcha Picada. O mecanismo é o inverso àquele descrito
anteriormente para a marcha batida. Notar que o posterior
direito acaba de tocar o solo, sendo seguido pelo anterior
direito. Voltando um pouco, seria visualizado um nítido
apoio lateral. Quanto maior for a lateralidade, mais
próximo o animal estará da andadura, que é um andamento
indesejável, de sincronismo perfeito entre a movimentação
dos bípedes laterais, provocando sobre o assento do
cavaleiro diversos tipos de abalos, ou atritos: verticais,
laterais e longitudinais.
Marcha de Intermediária - É definida pela nítida dissociação na
movimentação dos bípedes diagonais e laterais,
dificultando a identificação de um bípede dominante. É uma
marcha intermediária, justamente por estar situada em um
ponto central, entre a marcha picada e a marcha batida,
mantendo uma equidistância dos extremos da andadura e do
trote. A marcha de centro é a modalidade que melhor
exprime a alternância de deslocamentos na dinâmica de
movimentação dos autênticos marchadores. Na verdade a
marcha de centro nada mais é do que o passo em velocidade
rápida. A sequência e tipos de apoios são idênticos.
AS
MARCHAS - REFERÊNCIAS EMPÍRICAS E CIENTÍFICAS
A SEPARAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE MARCHA
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REFERÊNCIAS
EMPÍRICAS E CIENTÍFICAS SOBRE AS MARCHAS
COMPARAÇÃO ENTRE OS DIVERSOS ANDAMENTOS DOS EQÜÍDEOS
A.P.Toledo – engenheiro, criador de eqüinos, coordenador do sistema
Analoc-E e autor dos livros: Mecânica de Sustentação e Locomoção dos
Eqüinos e Tecnologia Não Invasiva para a Análise da Locomoção dos
Eqüídeos.
toledo@toledohorse.com.br
A marcha é o andamento natural de média velocidade no qual o animal não
perde o contato com solo durante a passada. Ela está situada entre o
trote e a andadura.
A marcha clássica é o andamento que apresenta oito apoios em uma passada
completa, sendo quatro apoios triplos, intercalados sucessivamente por
apoios diagonais e laterais.
Se considerarmos que o animal quadrúpede pode apresentar 15 tipos de
apoios diferentes e uma suspensão completa (ausência total de apoios),
vemos que as marchas podem ter inúmeras variedades, com a combinação
desses 15 apoios agrupados em 4,5,6, 7 e 8 tipos de apoios, durante uma
passada completa.
Os tipos de apoio possíveis dos eqüídeos são:
- 4 apoios triplos, sendo dois com os anteriores apoiados e dois com os
posteriores apoiados.
- 2 apoios diagonais.
- 2 apoios laterais.
- 4 apoios simples (monopedais).
- 1 apoio duplo de anteriores.
- 1 apoio duplo de posteriores.
- 1 apoio quádruplo.
Desta forma, as marchas podem ser completas quando apresentam a
seqüência típica e natural de 8 apoios sendo 4 apoios triplos,
intercalados por apoios diagonais(2) e laterais(2).
As demais marchas são consideradas incompletas porque podem ter apoios
triplos, substituídos por outros tipos indesejáveis à marcha completa
(monos duplos e quádruplos). Isto acontece tanto nos tipos de marcha de
apoios diagonais predominantes como, também, em marchas de apoios
laterais predominantes, como as marchas picadas desequilibradas (guinilhas).
Com as pesquisas de análise da locomoção em mais de 1000 eqüídeos,
verificando os diagramas de andamento (Gait Spectrum) produzidos pelo
sistema Analoc-E, construímos a planilha da Fig. 01, relacionando os
nomes técnicos e populares dos diversos tipos de andamentos do cavalo –
do trote até a andadura,com a faixa de variação dos principais
parâmetros biomecânicos da locomoção.
Os diversos tipos ou variedades de marcha, designados por caracteres
alfanuméricos - D1, D2, D3 e L1, L2, L3, L4 - usados, empiricamente por
algumas associações, foram relacionados aos parâmetros biomecânicos
exatos de cada tipo de marcha, para esclarecer e tentar criar uma
linguagem comum, evitando as interpretações de criadores e técnicos,
muitas vezes contraditórias ou equivocadas.
Vejamos a planilha da Fig. 01.
Fig. 1 – Comparação entre tipos de marcha usando a denominação empírica
- alfa-numérica- e os parâmetros biomecânicos fornecidos pelo Analoc-E
como o CL( Coeficiente de Lateralidade) e os diversos tempos de apoio.
Considerações e discussão:
1 - A denominação de “marcha diagonal, trotada ou transicional - D3”
corresponde a uma marcha diagonal incompleta de apoios laterais nulos ou
inferiores a 10% do tempo de apoio diagonal, CL = 0 até 0,1. Na prática
são apoios laterais nulos ou de 3 a 5%(média). Apoios triplos inferiores
a 10%. A reação é áspera, para o cavaleiro, no plano vertical.É um
andamento a 2 tempos devido à dissociação dos bípedes diagonais (< 30ms)
inferior a 5% e semelhante à dissociação no trote.
2 – A denominação “marcha diagonal - D2” corresponde a uma marcha
batida completa, CL = 0,1 até 0,5, com apoios laterais de 15% e
diagonais de 45%(média). Apoios triplos superiores a 10%. A reação é
macia no plano vertical.
3 – A denominação “marcha diagonal – D1” corresponde a uma marcha
batida completa, CL = 0,5 até 0,8, com apoios laterais de 25% e
diagonais de 42%(média). Apoios triplos equivalentes a 30% (média). A
reação é macia no plano vertical.
4 – A denominação “marcha de centro – 0 ”corresponde a uma marcha
intermediária de CL= 0,8 até 1,05, com apoios laterais e diagonais
equivalentes da ordem de 40%. Apoios triplos equivalentes a 20% (média).
A reação é suave e macia no plano vertical.
5 – A denominação “marcha lateral – L1” corresponde a uma marcha
picada completa de CL= 1,05 até 1,5, com apoios laterais de 45% e
diagonais de 35%(média). Apoios triplos equivalentes a 25%(média). A
reação é macia no plano vertical.
6 – A denominação “marcha lateral – L2” corresponde a uma marcha
picada completa de CL= 1,5 até 5, com apoios laterais de 50% e diagonais
de 30%(média). Apoios triplos equivalentes a 20%(média). A reação é
macia no plano vertical e sensível no plano horizontal.
7 – A denominação “marcha lateral – L3” corresponde a uma marcha
picada desequilibrada incompleta, com excesso de apoios laterais (média
de 70%), conhecida como guinilha. A reação é áspera e desconfortável no
plano horizontal.
8 – A denominação “andadura clássica– L4” corresponde ao
andamento onde o animal tem cerca de 90% do tempo de apoios em lateral,
intercalados por apoios quádruplos.
No caso da andadura desunida , o animal apresenta, ainda, breves apoios
monos e triplos, devido á existência de falta de sincronismo dos bípedes
laterais. A reação é desconfortável (áspera) no plano horizontal.
9 –Finalmente, o trote clássico (curto ou alongado) é o andamento
saltado,a 2 tempos, que apresenta cerca de 90% do tempo de apoio em
diagonal, outros apoios do tipo mono (decorrente da falta de sincronismo
do bípede diagonal) e dois momentos de suspensão completa entre os
apoios diagonais. Reação áspera no plano vertical. A dissociação
verificada na maioria dos trotes é inferior a 5% (< 30 ms) do tempo da
passada, que caracteriza o trote não-sincronizado ou desunido.
10) E por último,podemos considerar a ocorrência de sobre-pegadas,
ultra-pegadas ou retro-pegadas na marcha como dependentes da
conformaçao do eqüídeo. A retro-pegada é constatada no trote curto e a
ultra-pegada é constatada no trote alongado.Portanto, não é
característica exclusiva da marcha.
Na marcha é bom que o eqüídeo as possua, mas não são condições
essenciais para a ocorrência da marcha. Ela depende muito mais de
estímulos cerebrais e fatores biológicos e genéticos que, em última
análise, influenciam o dissincronismo do bípede diagonal.
Se você quiser saber mais sobre o assunto, adquira o LIVRO DA MARCHA e o
DVD duplo contendo:
Locomoção e Análise de Andamentos e Analoc-E Diagramas de Marcha da Expo
Nacional 2005.
AS DUAS RAÇAS DE
MARCHA COM O MESMO ANDAMENTO
Mangalarga Marchador x Mangalarga
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Em pesquisa
realizada com o SISTEMA ANALOC-E para animais das raças M.Marchador e
Mangalarga, em competições de marcha, foi constatada que as marchas
estão com os principais parâmetros biomecânicos muito próximos.
Foram comparados os principais parâmetros da marcha, a seguir:
1 - Tempo de apoio lateral
(MM média 2,2% M média 3,68%)
2 - Tempo de apoio diagonal
( MM média 74,21% M média 86,14%)
3 - Relação entre apoio lateral e diagonal (Coeficiente Lateral - CL)
(MM média 0,04 M média 0,04)
4 - Rendimento da marcha (MM média 2,11m M média 1,99m)
5 - Velocidade da marcha
(MM média 14,44 k/h M média 11,51 k/h)
6 - Tempo de apoio tripedal.
(MM média 17,66% M média 9,28%)
7 - Defasagem ou dissociação dos bípedes diagonais.
(MM média 9,11% M média 8,99%)
8 - Assimetria - Diferença entre as dissociações.
(MM média 5,14% M média 2,16%)
Nas figuras 1, 2, e 3 vemos os apoios LATERAL,TRIPEDAL COM ANTERIORES e
DIAGONAL DIREITO, BEM DEFINIDOS de um MM DE MARCHA COMPLETA. Este tipo
de marcha do padrão escrito da raca tem sido, drasticamente, banido das
pistas de julgamento, o que é um lamentável erro de seleção.
Como mostram os parâmetros de locomoção da pesquisa, que o Analoc-E
fornece com grande precisão, constatamos que:
1 - Os andamentos são quase idênticos para as duas raças e,em
decorrência observa-se uma enorme quantidade de animais MM que não
obedecem o padrão de marcha da raça.
2 - O Mangalarga ficou coerente ao seu padrão de marcha trotada e,
apesar de ser um cavalo de maior porte e altura, mantém a toada em uma
média ideal de 12 k/h, para o cavalo de sela.
A velocidade média do MM (14,44k/h) é, entretanto, excessiva e não
possibilita o animal apresentar marcha completa com apoios tripedais,
laterais e diagonais como está no padrão e como era nos bons tempos do
cavalo verdadeiramente marchador.
3 - A dissociação muito pobre está prejudicada para o MM, assim como a
assimetria, bastante elevada, mostram um animal fora de suas
características biomecânicas.
As associações estão devendo muito no estudo mais apurado e na
estatística da marcha, com recursos mais modernos da análise de
andamento, bem como na formação do seu quadro de técnicos e na
obediência ao padrão escrito.
Decorre daí, certamente, a grande debandada de sócios que estão
desmotivados com o rumo equivocado do cavalo MM.
. Faça a análise de marcha e conheça os diagramas que facilitarão os
futuros acasalamentos. |
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